Como agir quando seu filho lhe diz que é homossexual, bissexual…

…ou que tem outra orientação sexual não heterossexual.

O que não deve fazer

  • Transmitir ao adolescente ou jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia;

  • Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afetos e sexualidade dos jovens;

  • Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente ou jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do “sair do armário”;

  • Fazer ameaças sobre afastar o adolescente da família ou expulsá-lo de casa, caso não mude a sua orientação sexual;

  • Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados/as, que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação;

  • Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante);

  • Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas homossexuais e, por consequência, o seu filho ou filha;

  • Procurar psiquiatras e psicólogos com o objetivo de mudar a orientação sexual dos filhos.

O que deve fazer

  • Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos.

  • Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade.

  • Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual. Para isso, pode aceder aos nossos guias, disponíveis e gratuitos.

  • Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade. Pode saber mais sobre as nossas consultas de apoio psicológico aqui.

  • Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis.

  • Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes. Pode verificar os nossos próximos encontros na nossa agenda.

    Fonte: Psicólogo e psicoterapeuta PEDRO FRAZÃO na revista VISÃO online, publicada 10.12.2009